Em qualquer fase da nossa vida, cuidar da saúde é essencial. Os cuidados incluem alimentação balanceada, prática de exercícios físicos, além de cuidados dentários e com a saúde em geral. Precisamos, desde a infância, criar hábitos saudáveis em nossas crianças, seja através de uma alimentação equilibrada, seja na prática de exercícios físicos, indicados para cada fase do desenvolvimento infantil, seja através dos cuidados médicos periódicos.

A infância é o marco para a vida adulta. Desde a infância precisamos praticar hábitos saudáveis, para que no futuro o adulto não venha a ter problemas mais sérios.

Pesquisa realizadas pelo Ministério da Saúde, apontam que crianças acima do peso têm mais chances de se tornarem adultos obesos. Além do ganho de peso excessivo, doenças como problemas ortopédicos, problemas de fundo psicológico, doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes são as complicações mais comuns oriundas do ganho de peso descontrolado.

Ao contrário do que se pensa, a obesidade infantil não é causada apenas pelo fator genético, mas sobretudo pela falta de comprometimento com hábitos alimentares saudáveis e prática de atividade física. Podemos considerar, portanto, que aspectos ambientais e comportamentais são grandes influenciadores da obesidade infantil, uma vez que as crianças estão brincando cada vez menos, passando maior parte do tempo em frente às telas. Com a Pandemia do COVID-19, crianças em casa acabaram por usar os recursos tecnológicos não somente como lazer, mas também com fundo pedagógico, o que as manteve por mais tempo sentadas em frente às telas. Aliado a isto, temos a alimentação muito focada no fast-food, nos alimentos processados e ultraprocessados.

O que se observa é que, muitas crianças estão crescendo em espaços limitados, que não proporcionam o brincar livre, a alimentação natural, deixando-as refém de uma ludicidade eletrônica, de uma alimentação calórica e presas ao sedentarismo.

Dados obtidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mostram como a situação no Brasil já é bastante preocupante. Em 2019, entre as crianças acompanhadas na Atenção Primária à Saúde do SUS, 14,8% dos menores de 5 anos e 28,1% das crianças entre 5 e 9 anos tinham excesso de peso. Destas, 7% e 13,2% apresentavam obesidade. Ainda em 2019, 5% das crianças com idade entre 5 e 10 anos foram classificadas com obesidade grave. A mesma avaliação conseguiu constatar também que entre as crianças de 6 a 23 meses, 31% consumiram bebidas adoçadas, 48% consumiram algum alimento ultraprocessado e 28% consumiram especificamente biscoito recheado, doces ou guloseimas no dia anterior à coleta dos dados. (OBESIDADE INFANTIL: como prevenir desde cedo. Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: https://saudebrasil.saude.gov.br/ter-peso-saudavel/obesidade-infantil-como-prevenir-desde-cedo)

As visitas regulares ao pediatra são de suma importância para verificar, dentre outras comorbidades, o excesso de peso infantil. É o pediatra o responsável por verificar o IMC (Índice de Massa Corporal) por idade, fazendo a avaliação nutricional da criança versus sua fase de desenvolvimento. Na caderneta de Saúde da Criança existe um gráfico que serve para a coleta e registro dos dados da evolução infantil, o que servem de base para análise e tomada de decisão por parte do médico pediatra.

Prevenir a obesidade infantil não é uma tarefa impossível desde que toda a rede de apoio e cuidado estejam envolvidos. A família, a escola, a rede de saúde e a comunidade são peças fundamentais para que haja sucesso nesta empreitada!

Veja algumas dicas de como prevenir o ganho de peso excessivo nas crianças:

– Opte por alimentos naturais e minimamente processados.

– Evitar a ingestão de alimentos indevidos para a idade – como o uso de açúcar antes dos dois anos.

– Estimular a atividade física prazerosa – incluindo o brincar com o corpo, passeios ao ar livre, brincadeiras com bola, além dos esportes como natação, dança, futebol.

– Estimular bons hábitos durante as refeições como: a não utilização de aparelhos eletrônicos durante a alimentação; respeitar a saciedade da criança (não exigir que coma tudo!); priorizar o tempo da alimentação, sem apressar a criança; evitar a ingestão de líquidos durante as refeições.

– Evitar o consumo excessivo de frituras, doces, fast-food e bebidas calóricas como sucos, chás e refrigerantes.

Em tempos de Pandemia, como a que estamos enfrentando devido ao COVID-19, muitas crianças apresentaram transtorno de ansiedade. Este também é um fator agravante para que a obesidade comece a dar sinais! Muitas comem desenfreadamente para suprir o sentimento que não sabem expressar. Por este motivo, é essencial que a família esteja sempre aberta ao diálogo, ajudando a criança nomear os sentimentos!

Esteja à disposição para brincadeiras também! Separe uns minutos do seu dia para desligarem as telas e fazerem uma caminhada, baterem uma bola no quintal ou ao ar livre, dar uma volta de bicicleta no parque, ou qualquer outra atividade física que permita a movimentação da criança. Além de fazer bem para a saúde, faz um bem enorme para o emocional e para estreitar os laços familiares!

Deixamos como sugestão, duas publicações do Ministério da Saúde que podem ser um start para que você possa começar a cuidar da saúde alimentar das suas crianças e da sua família! Acesse os documentos clicando Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos e o Guia Alimentar para a População Brasileira.

Se mesmo assim, você ainda tiver dúvidas, não deixe de procurar a ajuda profissional! Seja de um médico pediatra, nutrólogo ou de um nutricionista!

 

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