Não conseguimos falar da infância, do desenvolvimento infantil, de crianças, sem falarmos sobre o brincar. O brincar é cultural, traz aspectos que dizem muito sobre sua cultura, sobre a sociedade em que vive, sobre o tempo e o espaço que estão ao dispor da criança para que ela brinque. É a brincadeira a responsável pelo vivenciar lúdico da infância, do descobrir a si mesma, aprendendo a realidade que a cerca, dando significado ao pensamento, permitindo o processo simbólico que promove o desenvolvimento da cognição. Quando a criança brinca ela traz para o concreto seus conflitos, seus anseios, sua aprendizagem adquirida pela observação, além de promover a interação entre os pares, a resolução de conflitos, a criticidade e a reflexão.

Notamos, neste período de Pandemia devido ao COVID-19, que as crianças deixaram de brincar com seus pares, outras, ousaram um brincar solitário na sua rotina de isolamento social, outras, se “afundaram”, literalmente, nos meios eletrônicos.

O brincar tem papel fundamental na socialização da criança, pois é através desta vivência que ela aprender a partilhar, cooperar, comunicar seus desejos, aprende a se relacionar com o outro, entendendo suas diferenças e desenvolvimento o respeito por si e pelo outro, elevando sua autoestima e melhorando sua auto-imagem.

O brincar permite que a criança passe por um processo dialético, ou seja, repleto de experimentação que permite que a criança coloque a prova seu conhecimento, construindo novas aprendizagens e estabelecendo novos pontos de vista.

A criança aprende através da brincadeira, pois é nessa experimentação da “verdade”, do contexto social, que ela conhece suas potencialidades, suas fragilidades, seu conhecimento adquirido, fazendo relação, posteriormente, com novas situações que permitam a aplicação deste novo conhecimento.

A criança precisa do ócio, ou seja, do momento de lazer que ela possa criar, recriar e estabelecer novas conexões neurais que tragam novos saberes.

A brincadeira também pode ser mediada por outra criança, ou pelo adulto, seja ele o professor, a mãe, o pai, os tios, os avós.

Na escola, o brincar terá sua função ora mediada, ora livre. Neste momento o professor irá observar aspectos da aprendizagem da criança, tendo subsídios para avaliá-la, para fazer a sua mediação e inserção de novos desafios. Ora, apenas irá observar o seu desenvolvimento social, sua atuação frente aos conflitos e frente aos desafios que a brincadeira proporciona.

Em casa, a família tem seu papel fundamental na brincadeira também. Desde a preparação do espaço, a seleção dos brinquedos proporcionando um ambiente enriquecedor e desafiador. Não há necessidade de brinquedos caros, rebuscados. A criança precisa de brinquedos que estimulem sua imaginação, sua capacidade de interação com o brinquedo gerando aprendizagem. Vale uma caixa de papelão, uma colher de pau e potes de plástico utilizados na cozinha. Vale inserir elementos da natureza: água, terra, areia, folhas secas. Vale oferecer experimentos, descobertas, incentivando dar nova funcionalidade a um brinquedo. Vale usar o corpo, os sons.

Desenhar com graveto na terra, ou numa caixa de areia que pode ser usada em casa, atividades que proporcionem o desenvolvimento das linguagens musical, corporal, gestual, escrita. Que permitam a aquisição e o desenvolvimento da fala.

Em alguns momentos o adulto vai interferir na brincadeira, sugerindo um novo desafio, ou dando um novo “norte”. Ora vai apenas observar, ora vai interagir e brincar junto.

Trazemos, em nossas mídias sociais, como na Fanpage e no Instagram, algumas sugestões de brincadeiras e de vivências que possam ser desenvolvidas com as crianças em casa. São sugestões de ações que desenvolvemos em casa, dentro da nossa rotina, que tem trazido grandes ganhos no desenvolvimento infantil, além de serem fáceis de preparar e prazerosas de realizar. Role o dedo e delicie-se com as possibilidades de brincadeira que partilhamos e, deixe suas sugestões também. A troca entre as famílias e os profissionais de educação são de fundamental importância para o desenvolvimento infantil das nossas crianças.

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