Quando falamos de infância, falamos de múltiplas oportunidades de desenvolvimento, considerando o campo físico, emocional, cognitivo, social … falamos de desafios, de estímulos constantes. A infância nos permite explorar as aprendizagens, em suas múltiplas inteligências, como conhecido por Gardner. Permitir que a criança conheça, experimente, interaja, reflita sobre uma situação é, sem dúvida, oportunizar a construção de saberes de maneira concreta, possibilitando o desafio da aprendizagem constante.

Nosso entrevistado de hoje, o Profº Dr. Lupercio Rizzo, é pedagogo, pós-graduado em Didática, Mestre em Educação e Doutor em Filosofia da Educação, além de palestrante, desenvolvido, em todos que se relacionam com ele, o pensar criativo e reflexivo através da dialógica proposta por ele em seus trabalhos.

Mas, você leitor, sabe o que de fato é um pensamento crítico? Lupercio nos esclarece, vejamos: “O pensamento crítico, é um pensamento que procura ser utilizado, criativo e não para nas respostas iniciais ou superficiais. O pensamento crítico procura os fundamentos, busca as relações e não teme respostas difíceis. E, lendo isso, você pode estar pensando: será mesmo que possível desenvolver esse pensamento desde a infância, com as crianças pequenas? Sim! Não só podemos, como devemos! Instigar o processo de investigação, de criação de reflexão, de pareamento de ideias é, sem dúvida, “gotejar” em um copo que está iniciando o seu trabalho de receber água para se manter cheio. Precisamos que nossas crianças sejam estimuladas ao pensar para que, futuramente, tenhamos jovens e adultos que, de fato, inseridos na sociedade de maneira criativa e produtiva, sem serem meros transmissores de ideias e ideais que, muitas vezes, não são os seus, mas que reproduzem por falta de criticidade de pensamento lógico.

E quando falamos em criticidade em crianças, ficamos pensando em como desenvolver isso e o que desenvolver, de fato. Lupercio nos esclarece, de maneira didática: “É possível desenvolver a criatividade e a curiosidade. O pensamento crítico se vale da lógica e talvez aí estejamos falando de algo um pouco além das crianças muito pequenas (mas podemos dar início ao processo de estimulação). Contudo, para o exercício da lógica na vida cotidiana é fundamental pôr em prática a criatividade, o diálogo e a curiosidade. Permitir que se desmanche a boneca é permitir ver o que há por dentro. Ser crítico, filosoficamente falando, é querer ver o que há por dentro dos argumentos. ”Rubem Alves, educador, teólogo e psicanalista brasileiro, classificação a curiosidade infantil como “coceiras nas ideias”! Quando ficamos curiosos é como se nossa “ideia” ficasse inquieta, em busca da resposta, ou de possibilidades de respostas. Nem sempre temos uma resposta concreta e imediata, mas na medida em que vamos pesquisando, vamos descobrir um universo de possibilidades que se transformam em aprendizagem constante. A infância é, sem dúvida, um período do desenvolvimento humano em que, a “coceira nas ideias” é constante. A criança é criativa e investigativa por si só! O tempo, a sociedade, a escola, os pais, muitas vezes vai aprisionando a “coceira nas ideias” das crianças fazendo com que elas tenham que se enquadrar em um modelo ou em um ideal social que, na maioria das vezes vai, aos poucos , “Matando” o seu processo investigativo.

Talvez você esteja se perguntando como fazer para desenvolver este pensamento crítico e reflexivo em casa. Não é uma tarefa que requer requinte ou muitas preparações. É simples, porém precisa ser constante. Lupercio nos deixa algumas dicas de ações que podemos desenvolver em casa, com nossos pequenos pensantes:  “Leitura, perguntas e respostas sobre os assuntos que podem ser tratados com as crianças. Pedir para que elas repitam o que disseram usando outras palavras. E considerar que as perguntas, por mais repetitivas que pareçam, são positivas. Pedindo exemplos, solicitando explicações. A família que tem uma postura mais reflexiva, mais dialógica tende a levar isso para seus filhos. As crianças falam muito, pedem muitas coisas. Perguntar o porquê das suas colocações é uma ferramenta, e isso não tem horário. ”

Te pergunto: preparado para este desafio? Preparado para desconstruir o pensamento pronto e dar oportunidade para que uma criança possa construir seu pensamento através de um processo investigativo criado por ela?

Que nós, como pais, como educadores, como mediadores, estarmos sempre atentos como oportunidades de aprendizagem que nossas crianças vivenciam, de tal modo que sejamos estimuladores do pensar e não detentores do sabre!

 

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