Já ouviram dizer que “quem não tem cão, caça com gato”? Pois é, um ditado popular que, com os anos, foi sendo transformado pois, na verdade, o correto é “quem não tem cão, caça como gato”, ou seja, age de forma astuta, como fazem os gatos. Mas, seja de forma astuta, ou seja agindo como pode, a Educação Infantil, assim como os demais níveis de ensino irão “se virar como podem” em 2021, como já foi em 2020 devido a Pandemia do Covid-19.

Falamos muito no modelo de ensino híbrido que, erroneamente, tem sido colocado como a mescla entre o ensino presencial e remoto. Porém, se tratando de Educação Infantil, cuja primícia é a socialização, o desenvolvimento de habilidades e competências que permitem o contato social, a aquisição da linguagem, o desenvolvimento motor, emocional e cognitivo diante da interação entre pares, o ensino híbrido seria o “gato” no lugar do “cão”.

O conceito de ensino híbrido é muito diferente do que tem sido apresentado no Brasil, em época de Pandemia. O conceito real é tornar o aluno protagonista da sua aprendizagem, no que se refere ao ensino contínuo e o incentivo de autonomia na pesquisa e aquisição de aprendizagem através de meios digitais.

Nossas crianças, nossos professores e nosso modelo de ensino brasileiro, não comporta, ainda, a implantação do ensino híbrido como método, técnica ou qualquer outra nomenclatura que venha contribuir com a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem.

Precisamos sim, manter nossas crianças em contato com a aprendizagem sistematizada, com um plano de ensino sólido, pautado na construção pedagógica oriunda das escolas e, nos dias atuais, estamos privados do contato físico e da presença massiva no ambiente escolar, então, muitas escolas optaram por oferecer a demanda pedagógica através de meios digitais, mas longe de ser a implantação do modelo de ensino híbrido, propriamente dito.

Este texto vem aclarar o conceito real do modelo de ensino híbrido, tão falado, discutido e dito implantado (o que notamos que não é verdade!).

Tivemos, como docentes e famílias, que nos adaptar ao possível diante de tudo que vivemos e ainda viveremos, mas não podemos perpetuar a propagação do erro, ou seja, de usar uma nomenclatura para algo que não é o real.

Precisamos caminhar muito, como povo, como cidadãos, como famílias, como profissionais da educação, para de fato estarmos aptos à cultura do ensino híbrido. Podemos sim, aproveitar deste momento para iniciarmos a reflexão, as tomadas de atitudes para que possamos dar este grande passo. Porém, temos muito que estudar, refletir, aprender e ensinar a respeito desta mudança!

Enquanto isso, façamos nosso melhor, seja enquanto escola, seja enquanto docente, seja enquanto família! Que nos unamos em prol desta infância privada de socialização, de conhecimento pedagógico, de aprendizagem significativa e ousemos atitudes que possam colaborar para que nossas crianças saiam deste momento mais fortes emocionalmente, a fim de enfrentarem as adversidades que o futuro ainda nos reserva!

 

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