Você que está aqui, tirando uns minutinhos para ler este texto, sabe o que é ergonomia? Já parou para pensar o quanto ela é presente em nossas vidas, seja no cotidiano profissional; seja em casa, nos afazeres domésticos; seja na escola das crianças e adolescentes; seja no parque infantil; seja, neste momento, no ensino remoto que adentrou, sem pedir licença, nossas casas, nos fazendo dar um “jeitinho” de acomodar as crianças e adolescentes para as aulas remotas?

Pois é, um assunto que precisa ser conhecido, refletido e praticado em nosso cotidiano para que problemas futuros sejam minimizados e, se possível, erradicados!

Simone Carlovich Vicente, Fisioterapeuta especialista em Ergonomia, traz suas contribuições, nos fazendo conhecer, refletir e implantar, questões ergonômicas em nossa vida, na vida das nossas crianças e dos nossos adolescentes.

Simone explica que “o conceito de Ergonomia pela ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia) é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e psicológicas do ser humano. Já para a IEA (International Ergonomics Association) a Ergonomia é definida como o estudo científico da relação entre o homem, seus meios, métodos e espaço de trabalho.” Desta forma, podemos considerar que a ergonomia está presente em tudo que vivemos, em todas as nossas relações com o outro, com o meio.

Quem nunca ouviu o filho dizer que está com dor nos braços, nas costas ou até mesmo no pescoço depois de passar horas no celular, ou notebook, seja assistindo as aulas, seja em algum jogo online, seja nas mídias sociais? Como tudo tem seu lado positivo e negativo, o ensino remoto, necessário neste momento, trouxe com ele as dores físicas, musculares, oculares, na cabeça; a má postura, a necessidade de adequação do ambiente, dos espaços e do tempo dentro da rotina familiar que, abarcou, a rotina escolar e, nesta mistura, deixou o lazer, o lúdico, o descanso “de fora”!

Os jovens, extremamente conectados, já antes da Pandemia do COVID-19, se restringiram ainda mais ao uso dos meios tecnológicos não somente para o aprendizado, mas também, para o contato social, para o lazer! Deixaram de exercitar-se, trazendo além dos problemas citados, a ansiedade, a compulsão alimentar, a depressão. Somos seres que precisamos de contato social físico, precisamos de movimento corporal, movimento psíquico / cognitivo. Precisamos da troca entre os pares.

Simone nos alerta sobre a importância da ergonomia no processo de desenvolvimento da criança e do adolescente: “Atualmente vem crescendo o número de queixas de dores nos músculos. Isso se deve ao aumento do tempo de exposição em posturas inadequadas na utilização de dispositivos eletrônicos. A ergonomia para as crianças é essencial para a avaliação é possibilidade de adequação. Durante a fase de desenvolvimento acontece o crescimento e calcificação óssea. No final da adolescência a densidade óssea atinge seu pico. Os pais devem observar a postura da criança para que através de medidas preventivas simples possam ser adotadas.”

A preocupação com a má postura, é prejudicial a todos nós! Em se tratando das crianças / adolescentes  “a má postura pode influenciar nas curvaturas naturais da coluna vertebral. Devemos observar o equilíbrio entre os dois lados do corpo nas diversas posturas. Para estudar/trabalhar devemos dar preferência a postura sentada e evitar as sobrecargas na coluna ao adotar posturas deitadas ou ajoelhadas.”

Simone nos orienta, também, com relação ao tempo de pausa durante as aulas remotas, indicando a possibilidade de alongamentos – fazendo uma pausa ativa: “Para as crianças o ideal é que façam mudanças posturais (sentada para em pé) a cada 30min. Os alongamentos mais indicados são para pescoço, membros superiores, tronco e membros inferiores.”

Simone nos deixa algumas dicas para que nossas crianças fiquem mais acomodadas, em casa, neste momento:

– Manter os pés das crianças, sempre com apoio, caso a planta dos pés não encoste no chão, utilizando uma caixa de sapato como suporte;

– Manter a cadeira com encosto e altura proporcionais à mesa utilizada;

– Não usar sofás ou camas para fazer as aulas remotas, pois o corpo não fica ergonomicamente acomodado.

Se você precisar de mais orientações, ou quiser saber mais sobre o assunto, clique sobre os canais de atendimento disponibilizados pela Fisioterapeuta Simone Carlovich: Instagram, E-mail, WhatsApp

 

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