Desafiador estimular a leitura em casa? Quais livros ou portadores textuais você deve apresentar para a criança em cada faixa etária? Muitas famílias possuem diversas dúvidas sobre como incentivar a leitura em casa, a partir de qual idade e utilizando quais materiais.

A leitura faz parte do cotidiano social do ser humano, sendo assim, a criança já nasce em um mundo letrado e, conforme vai crescendo, passa a identificar a importância da leitura / escrita no seu contexto social.

Porém, não são apenas os estímulos ocasionais que irão despertar o gosto pela leitura e nem desenvolver o hábito, nem tampouco torná-la um ser leitor.

A leitura precisa ser apresentada de maneira formal, através de portadores textuais, ou seja, de elementos que possuem a escrita e tenham a sua função social explícita.

Uma bula de remédio, por exemplo, tem a função de informar ao paciente sobre a dosagem, composição, reação, modo de usar. Assim como um caderno de receitas tem uma funcionalidade na cozinha e na preparação do prato para que a pessoa saiba a quantidade de cada ingrediente, o seu modo de fazer, o tempo de cozimento. O jornal, com sua finalidade informativa, traz assuntos do dia-a-dia nacional, internacional, em diversas temáticas. Os livros, trazem histórias, contos, poesias. Os rótulos das embalagens, por sua vez, trazem as informações do alimento ou do produto que ali dentro se encontram. Tudo tem uma funcionalidade.

Podemos incentivar a leitura desde a gestação, através de pequenos contos que os pais podem fazer para estimular o bebê dentro do ventre materno. Ao nascer, a família pode continuar com este hábito de leitura de livros, gravuras que tragam pequenos textos. Logicamente que, a criança que cresce em um ambiente letrado, com a família que possui o hábito da leitura constante, terá mais interesse e estimulo pelo prazer da leitura.

Os pais, avós, podem (e devem!) presentear as crianças com livros que possuam pequenas histórias, com poucas páginas e bem ilustrado. De preferência que possuam a letra em CAIXA ALTA, o que facilita o processo de alfabetização da criança, quando ela estiver pronta, maturacionalmente, para isso.

Veja algumas dicas que separamos para atuação com crianças até 5 anos:

1. Organize um ambiente aconchegante para a leitura: pode ser na cama, no chão, sobre tapetes, almofadas. Prepare uma luz direta para o ambiente de leitura. Mude a entonação da voz para cada personagem, para verbalizar barulhos, sons.

2. Faça a mesma leitura várias vezes: escolha 2 ou 3 títulos e vá lendo os mesmos ao longo dos dias. Mostre a figura para as crianças, peça que elas contem a história da sua maneira.

3. Insira a leitura na rotina de maneira gradativa: se a família não tinha o hábito da leitura, insira de maneira gradativa, 2 ou 3 vezes na semana, com livros curtos e “chamativos”. Quando possível (após a Pandemia do Covid-19) visite livrarias e permita que a criança escolha o título. Os funcionários estão aptos a orientar sobre as temáticas e sobre as obras para cada faixa etária.

4. Jamais substitua uma atividade que a criança gosta pela leitura: a criança não pode associar a leitura como uma atividade punitiva. A leitura deve ser uma atividade de prazer, que amplie o vocabulário e estimule a imaginação.

5. Estimule a criança a contar sua própria história: permita que ela crie sua história com base nas histórias que ela já ouviu. Permita que ela registre a história seja por desenhos, letras, sem o consensual “certo ou errado”, não estamos visando o processo de alfabetização sistêmico (que tem caráter pedagógico e deve ser desenvolvido pela escola), estamos incentivando o contato com a leitura e por consequência com a escrita, de modo a desenvolvermos criticidade.

Sempre que for fazer alguma atividade que envolva a leitura, chame a criança para “participar” e compartilhe com ela o que você está fazendo. Seja ler uma bula de remédio, um manual de aparelho eletrônico, um livro de receitas, uma notícia veiculada no jornal físico ou em mídias. O interessante é estar sempre inserindo a leitura, seus diferentes portadores textuais e o gosto da criança pelo mundo letrado.

 

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