Quem nunca se perguntou sobre o que enviar na lancheira do(a) filho(a), levanta a mão! Quem nunca se culpou por enviar aquela “tranqueira”? Tarefa difícil pensar na alimentação saudável enviada à escola, na quantidade a ser enviada (porque sempre achamos que a criança precisa comer tudo, senão vai passar fome!) e na diversidade, afinal mandar várias coisas acalanta o coração da família que sempre pensa “vou mandar várias opções, assim pode escolher e não fica sem comer!”

Uma eterna “briga” interna: a batata chips ou uma fruta? Mas volta a batata, volta a fruta… onde estamos errando?

Michele Castellano, Nutricionista Materno-Infantil, nos ajuda nesta “saga” (e que saga!).

A dúvida do que mandar vem com relação, também, ao horário do lanche escolar. Afinal, é sempre no meio da manhã ou no meio da tarde e, em seguida será o almoço ou o jantar. Michele nos orienta: “Os lanches não são grandes refeições (almoço e jantar), são uma “carga extra” de energia que as crianças precisam para não ficarem sem energia ou indispostas até o horário das grandes refeições e, claro, elas gastam muita energia brincando e realizando as atividades escolares, então elas sentirão fome entre refeições, o que é normal. Na lancheira, dar preferência para produtos lácteos (iogurtes, queijo, requeijão, frios), optar por lanches assados (mini esfiha, mini enroladinho, pãozinho recheado), biscoito de polvilho, rosquinhas doces, tortas salgadas, tomate cereja, cenoura picadinha, ovinho de codorna, bolo caseiro sem recheio, bolacha tipo magic toast, milho cozido debulhado, chás, água aromatizada, sucos naturais ou mesmo o suco em forma de cubo de gelo pois até o lanche estará fresco e conservado. Vale lembrar que os lanches devem ser acondicionados em recipientes separados e identificados com etiqueta, para evitar a manipulação de alimentos desnecessariamente.”

Ah, mas minha criança enjoa fácil do que eu mando! Muitas famílias relatam isso! Diversificar os itens, do mesmo grupo de alimentos, é uma alternativa. A nutri nos orienta a interagirmos com as crianças durante a montagem da lancheira, permitindo que ele aponte suas vontades e aceite novas opções. Uma dica para evitar que o seu filho enjoe dos lanches preparados, é alternar o tipo de pão, por exemplo. Oferecer pão de forma comum ou integral, pão sírio, bisnaga, pão de leite, torradas e bolos simples, feitos em casa. Variar as frutas enviando diferentes a cada dia, alternando com frutas secas ou salada de frutas. Fazer diferentes sucos, batidos com mais de uma fruta, chás com frutas, iogurtes e leites fermentados. Converse com os pequenos sobre suas preferências. Reserve um momento para montar um cardápio quinzenal junto com a criança. Assim, você se programa e ainda pode negociar alguns itens para estimular o apetite”, comenta.

A quantidade a ser enviada, é um entrave para os pais! Nunca sabemos quanto enviar… Muitas vezes, acabamos enviando uma quantidade que daria para a criança passar as férias no deserto! (risos) Brincadeiras à parte, é uma preocupação constante de várias famílias. Michele nos ajuda, indicando uma reflexão: “O apetite da criança em idade escolar varia dia a dia, não há como mensurar a quantidade exata de cada lanche. Há também a variação de idade, períodos de estirão (que as crianças sentem mais fome), tipos de atividades que praticaram no dia. Mas o bom senso e o dia a dia em casa é um ótimo sinalizador. Se em casa a criança come no café da manhã, meio pão, dificilmente comerá mais que isso na escola. Outra forma de assegurar que ela não ficará com fome, é enviar pequenas porções de vários tipos de lanche. Por exemplo: pão de leite com frios, um tipo de fruta e a bebida. Se a criança estiver com muito apetite irá comer tudo, caso contrário, irá escolher o que tem mais vontade e deixará o outro.”

A escolha pela bebida que irá acompanhar o lanche, também é outra preocupação. Afinal, nem tudo fica saboroso após algumas horas do preparo! As opções industrializadas devem ser evitadas. Como preparar bebidas naturais saborosas e nutritivas? A nutricionista Michele nos dá algumas dicas: “As vitaminas das frutas, especialmente a vitamina C, sofre oxidação em contato com o oxigênio e vai perdendo sua eficiência. Por isso, quando comemos a fruta cortada em pedaços ou na forma de sucos, já ocorre uma diminuição no teor de vitaminas. Mas muitas frutas podem ser utilizadas nas lancheiras, como suco de acerola (muito rica em vitamina C), melão, abacaxi e maracujá, laranja com mamão, com cenoura ou com beterraba não oxidam tão facilmente e por isso não alteram o sabor em até 6 horas. Pode também misturar chás ou água de coco com frutas, fica delicioso e nutritivo. Resumindo: faça o suco perto da hora de ir para a escola, encha uma pequena garrafa térmica escura e bem vedada e coloque na lancheira sem medo! Lógico que o suco de caixinha não dá todo esse trabalho, mas lembrem-se que as versões industrializadas possuem corantes, aromatizantes, acidulantes, estabilizantes, antioxidantes e aditivos alimentares que podem causar alergias, disfunções metabólicas e digestivas.”

Enviar lanches que não ofereçam “trabalho” à escola também deve ser uma preocupação da família! Nem sempre a professora terá disponibilidade para descascar uma laranja, por exemplo. Neste caso, opte por frutas que possam ser manipuladas pela criança, ou que reduzam a manipulação dos adultos, ainda mais em tempos de pandemia, como o que estamos vivendo! “Dar preferência a frutas que não necessitem de manipulação na escola (lembrar de higienizar em casa antes de enviar a escola) dentre elas estão uva, banana, maçã, pera, morango, melão, melancia, ameixa, manga (pode até ser picadinha) e em recipientes bem fechados. Somente atentar a frutas como maçã e pera, que caso enviem picadas, colocar umas gotinhas de limão ou suco de laranja para não ficarem escuras e a banana enviar inteira e com a casca, sem casca ela perde nutrientes, cor e textura. Lembrando que todos os alimentos que não forem consumidos no lanche deverão ser descartados, por exemplo, se a criança levar uma maçã e não comer inteira o restante será descartado”, orienta Michele.

Você leu o texto até aqui, e está pensando “Diversifico o lanche, mando várias opções por dia, envio o que gosta e… não come praticamente nada!” Calma, a nutricionista Michele tem uma explicação para isso, veja: “Em casa a criança pode ficar entediada e acaba comendo mais (principalmente nesse período de quarentena que passamos), mas na escola, eles entrarão na rotina proposta, o lanche será realizado com todos os amigos juntos, no horário estipulado. No retorno às aulas essa adaptação pode ser “confusa” para elas, pois ficaram muito tempo em casa. Aos poucos elas entenderão a nova rotina, assim como o corpinho delas, a parte fisiológica também irá entrar nos eixos e na hora do lanchinho, elas estarão com fome, assim como, na hora das grandes refeições. Os pais precisam ter paciência e entender que logo tudo estará normalizado. Assim como a volta a rotina escolar é uma adaptação, os horários das refeições e lanches também passam por adaptação.”

A preocupação com a alimentação saudável desde a infância, proporciona uma vida mais leve, rica em saúde e com mais resistência e imunidade. Orientar às crianças, desde cedo, sobre a manutenção da saúde através do consumo de alimentos in natura é, sem dúvida, uma tarefa essencial.

Michele finaliza com uma reflexão importante, não somente sobre as práticas de alimentação saudável, mas nos dando dicas fundamentais para que o lanche seja nutritivo, bem acondicionado e que garanta qualidade à alimentação da criança: “Uma boa alimentação é um assunto sério. Por isso, o que recheia a lancheira deve ser muito bem pensado, pois são os alimentos da lancheira que darão energia, disposição e ajudarão a aumentar a atenção. Estimule a criança a beber água na escola, envie além da garrafa do suco para o lanche, outra garrafinha com água, assim a criança beberá durante o dia. Nunca coloque a lancheira térmica fechada na geladeira – Isso manterá o resfriamento apropriado apenas do lado de fora e o lanche ficará comprometido. A lancheira deve ser resistente e lavável. Faça sua higienização com álcool assim que a criança chegar da escola, não dispensando a lavagem com água e sabão, no mínimo, uma vez por semana. Oriente as crianças a evitar o contato direto da lancheira com o chão e a higienizar as mãos antes do consumo dos alimentos. Se a lancheira não é térmica, utilize recipientes térmicos. Os lanches, por exemplo, devem ser embrulhados em “papel filme” e depois colocados em potes de plástico. Sucos e leite devem ficar em garrafas térmicas. Tenha sempre em casa papel toalha, papel alumínio, potinhos de plástico ou inox com tampa plástica e sacos descartáveis. Essas ferramentas são essenciais para acondicionar os alimentos de forma segura.”

Se você tem dificuldades em montar um cardápio de lanches para sua criança, se precisa de orientação e dicas pontuais (caso sua criança tenha restrição alimentar, por exemplo) ou se, simplesmente, quer uma consultoria personalizada para a organização da lancheira da sua criança, entre em contato com a Nutricionista Michele Castellano. Ela oferece um serviço personalizado, conhecendo a demanda familiar, as necessidades da criança e, organizando, juntamente com a família, um cardápio diversificado e nutritivo! Clique sobre o canal de atendimento desejado e entre com contato: WhatsApp, Instagram, Facebook