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Estes dias, passando pelo Story do Instagram, vi a foto de uma amiga, que estava em uma reunião da sua igreja. No fundo, um banner que estava escrita a pergunta: Você é ponte ou muro? Algo neste sentido…
Aquela pergunta, que precisa de um posicionamento, me deu um start e comecei a refletir sobre ela. Não em cunho religioso, mas dentro da nossa esfera social, como adulto mediador diante de uma criança em formação. Em formação de caráter, em formação cognitiva, emocional, social, biológica.
A indagação que me deixou inquieta foi, justamente, a nossa posição frente às crianças que nos são confiadas, sejam nossos filhos, alunos, pacientes, parentes. Quem nós estamos sendo, diante desta mediação: ponte ou muro?
Ser ponte vai além de uma escuta ativa
Ser ponte, perpassa pela dinâmica de escuta, de acolhimento. Mas, não para por aí! Ser ponte é escutar, mediar, agir, propor mudança, ajudar na elaboração de novas aprendizagens, ajudar na geração de novos conhecimentos. Ser ponte é “chamar a atenção”, pontuar erros, apontar possibilidades de mudança, ajudar na construção ética e moral, tão em falta nos dias atuais…
Ser ponte, é trazer muito além de falas vazias, mas exemplo a ser seguido, guiado. A ponte liga dois pontos, permite a passagem segura caso haja um obstáculo. Quantos obstáculos as crianças tem tido que superar… que nós adultos temos que enfrentar. Temos nos colocado como pontes? Pontes que geram ligação segura, que ajudam a transpor as barreiras que as impedem de crescer, se desenvolver em segurança?
Muros que bloqueiam a passagem
Por vezes, somos muros. Aqueles bem altos que impedem a passagem. Que protegem, sim! Mas que também impedem o olhar além do horizonte.
O mesmo muro que protege, que traz segurança é o mesmo muro que impede novas visões, que impedem novas relações. O muro, em muitas situações, não possibilita a escuta, não permite a ampliação de novas conexões. Um muro alto, em volta de uma casa, a deixa segura contra as intemperes da sociedade, tão violeta… Mas impede que seus moradores vejam pessoas, animais, situações, a vida, além daquele muro.
Nos vemos tão necessitamos de “segurança” que, muitas vezes, nos rodeamos de muros e deixamos de desfrutar da vida que fica ali, separada por aquele muro.
O posicionamento e equilíbrio entre a Ponte e o Muro
E como podemos equilibrar a visão de ora ser ponte, ora ser muro?
Como pais, professores, adultos mediadores, de referência para a criança, precisamos optar pelo equilíbrio! Aquele que nos permite, ora ser ponte, ora ser muro e, nessa dialética, permitir o crescimento da nossa criança em todas as suas esferas! Aquele equilíbrio difícil de encontrar, já que tendemos aos extremos de proteção ou liberdade…
Como mãe, confesso que, em muitos momentos precisei parar e refletir que, só ser ponte impede minha filha de elaborar suas tomadas de decisão, de se impor e se expor, de ser ela mesma! Sendo muro, muitas vezes, na proteção excessiva, eu também posso impedi-la de crescer, de galgar novos horizontes e, acabei revisitando meu passado, minha infância e as falas do meu pai que, sempre firme em suas falas e exemplos, me criou (e ainda me cria!) sendo ora ponte, ora muro!
Sou quem sou, tenho o que tenho, ofereço o que posso, dentro de uma criação que sempre me permitiu olhar além de horizontes, com responsabilidade, com altruísmo, com certo receio e medo (que a terapia tem me ajudado a superar!) mas que, em todos os momentos dos meus longos 42 anos (como tem passado rápido!) me fazem enxergar o quanto o equilíbrio entre ponte e muro é necessário para que sigamos nossa jornada, pessoal e profissional, de maneira mais assertiva possível!
Tem dificuldade em equilibrar o “ser ponte e ser muro” com seus filhos ou alunos? Vem bater um papo com a Liderança Educativa! Nosso programa de Mentoria tem ajudado muitas pessoas, seja mais uma delas!
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